segunda-feira, 30 de junho de 2014

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UNESPAR – CAMPUS DE CAMPO MOURÃO
Relatório de Atividades de Campo do Projeto de Biogeografia Geral (OR: Prof. Dr. Mauro Parolin): 2º Bimestre

Projeto Título
ESTUDO DA OCORRÊNCIA E CONDIÇÃO FITOSSANITÁRIA DE Caryocar brasiliense Cambess. (Caryocaraceae). NA PORÇÃO LESTE DA ÁREA URBANA DE CAMPO MOURÃO - PR.
Equipe
Solange Aparecida Loch
Karla Graciele Klippel da Silva
Joana F. de Miranda
Célia Ferreira Borges
Atividades de campo
Data: 29/03/2014

Nessa data foi realizada a primeira atividade de campo na área delimitada para o estudo, especificamente no lote 7H e na área arborizada do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito). Foi realizada a quantificação dos espécimes de Caryocar brasiliense Cambess, na qual foi catalogado 159 indivíduos no lote 7H e 14 no DNIT. Para registrar quais indivíduos já haviam sido catalogados, utilizou-se placas de metal numeradas (fornecidas pelo responsável pela Estação Ecológica de Cerrado – Campo Mourão, Luiz Cezar Alves) Como foram fornecidas apenas 100 placas de metal, continuou-se a quantificação com placas improvisadas de recortes de embalagens Tetra Pak.


Quantificação de C. brasiliense no DNIT.


Quantificação de C. brasiliense no DNIT


Quantificação de C. brasiliense no Lote 7H

Quantificação de C. brasiliense no Lote 7H

Pequizeiros do Lote 7H

Placa de metal para registro de indivíduos quantificados

Confecção de placas de embalagens Tetra Pak


Placa de embalagem Tetra Pak para registro de indivíduos quantificados

Frutos do Pequizeiro

Alunos participantes: Solange Aparecida Loch, Karla Graciele Klippel da Silva, Joana F. de Miranda e Célia Ferreira Borges.


Data: 10/05/2014

Nesta data foi realizada a segunda atividade de campo novamente no lote 7H e na área arborizada do DNIT. Nesse dia contou-se com a orientação do Prof.º Dr. Mauro Parolin para realizar a fitossanidade. Foi realizada a fitossanidade em dois indivíduos do DNIT. Observou-se a presença de epífitas, ferrugem e algumas saliências nas folhas, semelhantes a ovos de insetos. Em um dos indivíduos, observou-se a ocorrência de Fitotropismo (inclinação da árvore em busca de luz solar). Os dois indivíduos estavam sadios e produzindo frutos. Em seguida realizou-se a fitossanidade em mais seis indivíduos de C. brasiliense no lote 7H. Nessa análise, observou-se vários troncos queimados, presença de líquens, epífitas, ferrugem nas folhas, alguns troncos com presença de cupim e a maioria produzindo frutos. Por fim, realizou-se a quantificação, na qual foram catalogados mais 101 indivíduos.

 Orientação da análise de Fitossanidade pelo Prof.º Dr. Mauro Parolin


Folha do Pequizeiro com presença de ferrugem


Orientação da análise de Fitossanidade pelo Prof.º Dr. Mauro Parolin


Saliências nas folhas do Pequizeiro

Fruto do Pequi em estágio de maturação

Pequizeiros na área arborizada do DNIT

Presença de cupins no tronco do Pequizeiro no Lote 7H

Quantificação de indivíduos de Pequizeiro no Lote 7H

Alunos participantes: Solange Aparecida Loch, Karla Graciele Klippel da Silva, Joana F. de Miranda e Célia Ferreira Borges.

Data: 31/05/2014

Nesse dia continuou-se a quantificação e fitossanidade de C. brasiliense no lote 7H e também no lote ao lado da Concessionária de tratores Case. Foram contados mais 199 indivíduos, totalizando 474 pequizeiros quantificados até a respectiva atividade de campo. Realizou-se a fitossanidade de mais cinco indivíduos, observando a presença de líquens, epífitas, fitotropismo, ferrugem, folhas atacadas por insetos causando pequenos danos. De forma geral, os indivíduos estão em boas condições de sanidade e com alguns produzindo frutos, apesar da época de frutificação já estar chegando ao fim.


Pequizeiro do Lote 7H


Vegetação espessa no Lote 7H dificultando a locomoção para realizar a quantificação

Quantificação de Pequi no Lote 7H

Deslocamento da equipe de pesquisa para o lote ao lado da concessionária de tratores Case

Quantificação de Pequi no lote ao lado da Case


Equipe realizando quantificação no lote ao lado da Case

Alunos participantes: Solange Aparecida Loch, Karla Graciele Klippel da Silva, Joana F. de Miranda e Célia Ferreira Borges.
Problemas encontrados
O principal problema encontrado foi a vegetação espessa e alta existente no lote 7H e seus arredores, dificultando a locomoção da equipe para realização da pesquisa e também por sempre estar molhado pelo orvalho, visto que as atividades de campo foram realizadas no período da manhã.
Leituras realizadas

MOURA, N. F.; CHAVES, L. J.; NAVE, R. V. Caracterização física de frutos de pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) do Cerrado. Revista Árvore, v. 37, n. 5, p. 905-912, 2013.

O artigo Caracterização física de frutos de pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) do Cerrado é oriundo da tese de doutorado da pesquisadora Nara Fernandes Moura. O objetivo da pesquisa foi caracterizar fisicamente frutos de pequizeiros provenientes do Cerrado para subsidiar estratégias de prospecção, preservação e utilização da variabilidade genética da espécie. Como procedimentos, os autores coletaram frutos de plantas de pequizeiro em duas safras consecutivas (2007/2008 e 2008/2009) em oito regiões do Cerrado, e analisaram as seguintes características: massa do fruto (MF), diâmetro transversal do fruto (DTF), diâmetro longitudinal do fruto (DLF), número de pirênios por fruto (NP), massa total de pirênios (MTP), massa média de pirênios por fruto (MMP), média do diâmetro longitudinal de pirênios por fruto (DLP), média do diâmetro transversal de pirênios por fruto (DTP), rendimento de pirênios (REND) e massa de casca do fruto (MC).
Os resultados da pesquisa de Moura, Chaves e Nave (2013) evidenciaram que há uma elevada variabilidade fenotípica para a maioria dos caracteres físicos de frutos de pequizeiro nas regiões amostradas. Essa variabilidade de natureza genética indica potencial de ganho genético por meio da seleção. Evidenciou-se também que existe uma grande diferença entre regiões quanto ao potencial de fornecimento de frutos adequados ao mercado.

O artigo de Moura, Chaves e Nave (2013) é importante para o nosso projeto porque demonstra que, devido a grande variação genética do Pequi em diversas áreas distintas, há uma necessidade de um grande número de áreas para conservação, em áreas distintas, como é o caso da população encontrada no município de Campo Mourão, para que ocorra coleta de recursos genéticos, a fim de comparação.


ASSUNÇÃO, P. E. V. Extrativismo e comercialização de pequi (Cariocar Brasiliense Camb.) em duas cidades no Estado de Goiás. Revista de Economia da UEG, v. 8, n. 2, p. 17-26, 2013.

O artigo Extrativismo e comercialização de pequi (Cariocar Brasiliense Camb.) em duas cidades no Estado de Goiás de Assunção (2013) foi apresentado com uma preocupação inicial de que o Cerrado, por ser um dos Biomas com maior diversidade do mundo, apresenta grande variedade de plantas e espécies arbóreas, com uma grande quantidade de espécies frutíferas que podem ser utilizadas diretamente na alimentação e na medicina. A espécie que o autor enfatiza é o Pequi, por ser uma espécie típica do Cerrado e bastante consumida nas regiões onde o Cerrado se encontra. O artigo de Assunção (2013) teve como objetivo levantar os dados sobre o extrativismo do Pequi, demonstrando como ocorre sua extração, processamento e comercialização, caracterizando a relação do vendedor com o Pequi e sua importância para alguns produtores e comerciantes.

Para conduzir a pesquisa Assunção (2013) realizou um levantamento de dados por meio de questionários aplicados em duas cidades de Goiás, buscando os dados referentes a safras de 2008, 2009 e 2010. Entre os achados do estudo, Assunção (2013) evidenciou que a extração do Pequi contribui de forma sistemática para a complementação da renda dos produtores nos primeiros meses do ano, no entanto, a extração é realizada de forma desordenada, por ocorrer sem orientação e controle, devido à falta de políticas públicas na região e formação de cooperativas que visem à orientação e organização da exploração, podendo afetar a capacidade de regeneração da espécie e futuras safras. Dessa forma, o autor destaca que há a necessidade da formação de uma cooperativa que oriente os produtores com relação à melhor forma de extração e exploração do pequi, sendo que as informações que são levantadas nas feiras poderiam servir na elaboração de materiais educativos sobre a espécie, colaborando para sua conservação e proliferação. Embora a exploração seja feita de uma forma tradicional a cada ano, principalmente quando o preço está em alta, novas pessoas são atraídas para a coleta e venda de pequi, gerando um desgaste nas plantas e nas áreas exploradas.

O artigo de Assunção (2013) é importante pois reforça a ideia de que o Pequi tem uma importância econômica para diversos grupos de pessoas, no entanto, devido ao desconhecimento das características da espécie, como exemplo o manejo, faz com que o fruto não seja aproveitado em todo o seu potencial.
Houve mudança na metodologia ou na caracterização do projeto
(  ) não (X) sim

Houve mudança na metodologia quanto aos critérios de avaliação da fitossanidade. Foi retirado o item Longevidade Remanescente (LR) que é uma estimativa de quantos anos a árvore poderá ainda viver, pois essa medida é realizada de forma subjetiva, comprometendo a avaliação dos individuos.


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