UNIVERSIDADE ESTADUAL
DO PARANÁ – UNESPAR – CAMPUS DE CAMPO MOURÃO
Relatório de Atividades de Campo do
Projeto de Biogeografia Geral (OR: Prof. Dr. Mauro Parolin): 2º Bimestre
Projeto Título
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ESTUDO DA
OCORRÊNCIA E CONDIÇÃO FITOSSANITÁRIA DE Caryocar
brasiliense Cambess.
(Caryocaraceae). NA PORÇÃO LESTE DA ÁREA URBANA DE CAMPO MOURÃO - PR.
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Equipe
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Solange Aparecida Loch
Karla Graciele Klippel da Silva
Joana F. de Miranda
Célia Ferreira Borges
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Atividades de campo
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Data: 29/03/2014
Nessa data foi realizada a primeira atividade de campo na área delimitada
para o estudo, especificamente no lote 7H e na área arborizada do DNIT
(Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito). Foi realizada a
quantificação dos espécimes de Caryocar
brasiliense Cambess,
na qual foi catalogado 159 indivíduos no lote 7H e 14 no DNIT. Para registrar
quais indivíduos já haviam sido catalogados, utilizou-se placas de metal
numeradas (fornecidas pelo responsável pela Estação Ecológica de Cerrado –
Campo Mourão, Luiz Cezar Alves) Como foram
fornecidas apenas 100 placas de metal, continuou-se a quantificação com
placas improvisadas de recortes de embalagens Tetra Pak.
Quantificação de C. brasiliense no
DNIT.
Quantificação de C. brasiliense no
DNIT
Quantificação de C. brasiliense no
Lote 7H
Quantificação de C. brasiliense no
Lote 7H
Pequizeiros do Lote 7H
Placa de metal para registro de indivíduos quantificados
Confecção de placas de embalagens Tetra Pak
Placa de embalagem Tetra Pak para registro de indivíduos quantificados
Frutos do Pequizeiro
Alunos
participantes: Solange Aparecida Loch, Karla Graciele Klippel da Silva, Joana F. de
Miranda e Célia Ferreira Borges.
Data: 10/05/2014
Nesta data foi realizada a segunda atividade de campo novamente no
lote 7H e na área arborizada do DNIT. Nesse dia contou-se com a orientação do
Prof.º Dr. Mauro Parolin para realizar a fitossanidade. Foi realizada a
fitossanidade em dois indivíduos do DNIT. Observou-se a presença de epífitas,
ferrugem e algumas saliências nas folhas, semelhantes a ovos de insetos. Em
um dos indivíduos, observou-se a ocorrência de Fitotropismo (inclinação da
árvore em busca de luz solar). Os dois indivíduos estavam sadios e produzindo
frutos. Em seguida realizou-se a fitossanidade em mais seis indivíduos de C. brasiliense no lote 7H. Nessa análise,
observou-se vários troncos queimados, presença de líquens, epífitas, ferrugem
nas folhas, alguns troncos com presença de cupim e a maioria produzindo
frutos. Por fim, realizou-se a quantificação, na qual foram catalogados mais
101 indivíduos.
Orientação da análise de Fitossanidade pelo Prof.º Dr. Mauro Parolin
Folha do Pequizeiro com presença de ferrugem
Orientação da análise de Fitossanidade pelo Prof.º Dr. Mauro Parolin
Saliências nas folhas do Pequizeiro
Fruto do Pequi em estágio de maturação
Pequizeiros na área arborizada do DNIT
Presença de cupins no tronco do Pequizeiro no Lote 7H
Quantificação de indivíduos de Pequizeiro no Lote 7H
Alunos
participantes: Solange Aparecida Loch, Karla Graciele Klippel da Silva, Joana F. de
Miranda e Célia Ferreira Borges.
Data: 31/05/2014
Nesse dia continuou-se a quantificação e fitossanidade de C. brasiliense no lote 7H e também no
lote ao lado da Concessionária de tratores Case. Foram contados mais 199
indivíduos, totalizando 474 pequizeiros quantificados até a respectiva atividade
de campo. Realizou-se a fitossanidade de mais cinco indivíduos, observando a
presença de líquens, epífitas, fitotropismo, ferrugem, folhas atacadas por
insetos causando pequenos danos. De forma geral, os indivíduos estão em boas
condições de sanidade e com alguns produzindo frutos, apesar da época de
frutificação já estar chegando ao fim.
Pequizeiro do Lote 7H
Vegetação espessa no Lote 7H dificultando a locomoção para realizar a
quantificação
Quantificação de Pequi no Lote 7H
Deslocamento da equipe de pesquisa para o lote ao lado da
concessionária de tratores Case
Quantificação de Pequi no lote ao lado da Case
Equipe realizando quantificação no lote ao lado da Case
Alunos
participantes: Solange Aparecida Loch, Karla Graciele Klippel da Silva, Joana F. de
Miranda e Célia Ferreira Borges.
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Problemas encontrados
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O
principal problema encontrado foi a vegetação espessa e alta existente no
lote 7H e seus arredores, dificultando a locomoção da equipe para realização
da pesquisa e também por sempre estar molhado pelo orvalho, visto que as
atividades de campo foram realizadas no período da manhã.
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Leituras realizadas
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MOURA, N. F.; CHAVES, L. J.;
NAVE, R. V. Caracterização física de frutos de pequizeiro (Caryocar
brasiliense Camb.) do Cerrado. Revista
Árvore, v. 37, n. 5, p.
905-912, 2013.
O artigo Caracterização física de frutos de pequizeiro (Caryocar brasiliense
Camb.) do Cerrado é oriundo da tese de doutorado da pesquisadora Nara
Fernandes Moura. O objetivo da pesquisa foi caracterizar fisicamente frutos
de pequizeiros provenientes do Cerrado para subsidiar estratégias de
prospecção, preservação e utilização da variabilidade genética da espécie.
Como procedimentos, os autores coletaram frutos de plantas de pequizeiro em
duas safras consecutivas (2007/2008 e 2008/2009) em oito regiões do Cerrado,
e analisaram as seguintes características: massa do fruto (MF), diâmetro
transversal do fruto (DTF), diâmetro longitudinal do fruto (DLF), número de
pirênios por fruto (NP), massa total de pirênios (MTP), massa média de
pirênios por fruto (MMP), média do diâmetro longitudinal de pirênios por
fruto (DLP), média do diâmetro transversal de pirênios por fruto (DTP),
rendimento de pirênios (REND) e massa de casca do fruto (MC).
Os resultados da pesquisa de Moura,
Chaves e Nave (2013) evidenciaram que há uma elevada variabilidade fenotípica
para a maioria dos caracteres físicos de frutos de pequizeiro nas regiões amostradas.
Essa variabilidade de natureza genética indica potencial de ganho genético
por meio da seleção. Evidenciou-se também que existe uma grande diferença entre
regiões quanto ao potencial de fornecimento de frutos adequados ao mercado.
O artigo de Moura, Chaves e
Nave (2013) é importante para o nosso projeto porque demonstra que, devido a
grande variação genética do Pequi em diversas áreas distintas, há uma
necessidade de um grande número de áreas para conservação, em áreas
distintas, como é o caso da população encontrada no município de Campo
Mourão, para que ocorra coleta de recursos genéticos, a fim de comparação.
ASSUNÇÃO, P. E. V. Extrativismo e comercialização de pequi (Cariocar Brasiliense Camb.) em duas cidades no Estado de Goiás. Revista de Economia da UEG, v. 8, n. 2, p. 17-26, 2013. O artigo Extrativismo e comercialização de pequi (Cariocar Brasiliense Camb.) em duas cidades no Estado de Goiás de Assunção (2013) foi apresentado com uma preocupação inicial de que o Cerrado, por ser um dos Biomas com maior diversidade do mundo, apresenta grande variedade de plantas e espécies arbóreas, com uma grande quantidade de espécies frutíferas que podem ser utilizadas diretamente na alimentação e na medicina. A espécie que o autor enfatiza é o Pequi, por ser uma espécie típica do Cerrado e bastante consumida nas regiões onde o Cerrado se encontra. O artigo de Assunção (2013) teve como objetivo levantar os dados sobre o extrativismo do Pequi, demonstrando como ocorre sua extração, processamento e comercialização, caracterizando a relação do vendedor com o Pequi e sua importância para alguns produtores e comerciantes. Para conduzir a pesquisa Assunção (2013) realizou um levantamento de dados por meio de questionários aplicados em duas cidades de Goiás, buscando os dados referentes a safras de 2008, 2009 e 2010. Entre os achados do estudo, Assunção (2013) evidenciou que a extração do Pequi contribui de forma sistemática para a complementação da renda dos produtores nos primeiros meses do ano, no entanto, a extração é realizada de forma desordenada, por ocorrer sem orientação e controle, devido à falta de políticas públicas na região e formação de cooperativas que visem à orientação e organização da exploração, podendo afetar a capacidade de regeneração da espécie e futuras safras. Dessa forma, o autor destaca que há a necessidade da formação de uma cooperativa que oriente os produtores com relação à melhor forma de extração e exploração do pequi, sendo que as informações que são levantadas nas feiras poderiam servir na elaboração de materiais educativos sobre a espécie, colaborando para sua conservação e proliferação. Embora a exploração seja feita de uma forma tradicional a cada ano, principalmente quando o preço está em alta, novas pessoas são atraídas para a coleta e venda de pequi, gerando um desgaste nas plantas e nas áreas exploradas. O artigo de Assunção (2013) é importante pois reforça a ideia de que o Pequi tem uma importância econômica para diversos grupos de pessoas, no entanto, devido ao desconhecimento das características da espécie, como exemplo o manejo, faz com que o fruto não seja aproveitado em todo o seu potencial. |
Houve
mudança na metodologia ou na caracterização do projeto
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( ) não (X) sim
Houve
mudança na metodologia quanto aos critérios de avaliação da fitossanidade. Foi
retirado o item Longevidade Remanescente (LR) que é uma estimativa de quantos
anos a árvore poderá ainda viver, pois essa medida é realizada de forma
subjetiva, comprometendo a avaliação dos individuos.
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